Apesar de ser o maior acordo militar do Brasil feito desde a Guerra Fria a negociação não vai colocar o Brasil na vanguarda bélica. A maioria das compras vai apenas amenizar o intenso grau de sucateamento em que se encontram as Forças Armadas do Brasil.
Nos últimos meses vimos uma corrida armamentista promovida por Venezuela que adquiriu os fantásticos Suk-hoy russos com grande autonomia de vôo e com um arsenal fantástico. Obviamente, não sabemos se peças de reposição e todo o armamento vai ser disponibilizado à Venezuela. Mesmo assim, é um avião fantástico.
Dois fatores, conjugados, contribuíram para a decisão política de renovar os aviões: a precariedade a que chegou a FAB, com 37% da frota de 719 aviões sem condições de voar, e o presidente da vizinha Venezuela, Hugo Chávez, que, nas palavras dos militares, está se armando até os dentes.
O Brasil uma licitação internacional para escolher o novo caça super sônico brasileiro. O principal critério é a transferência de tecnologia para o Brasil. Assim o país passaria a fabricar os aviões no país.
Atualmente estão na disputa:
• A empresa americana Boeing com o Super Hornet f-18.
• A francesa Dassault com seu caça Rafale.
• A sueca Saab com o Gripen NG.
De acordo com o site Defesa.net:
"A compra de 36 aviões pode custar 4 bilhões de dólares. Hoje, a Aeronáutica dispõe de 110 caças, mas 90% deles, fabricados nos anos 70 e 80, estão totalmente ultrapassados. Os mais novos, doze Mirage 2.000, foram comprados de segunda mão e também já estão perto da aposentadoria. Comparada com a de outros países, a Força Aérea brasileira equivale a uma esquadrilha de teco-tecos. O Chile tem 28 caças F-16, o preferido pela operosa Força Aérea de Israel. A Venezuela, de Hugo Chávez, opera 24 Sukhoi 30, avião de combate russo que é um dos mais avançados do planeta."
Ainda segundo o site:
"As diferenças decisivas entre os três caças são o preço e o modelo de transferência de tecnologia. O Gripen, o mais barato, custa 50 milhões de dólares. Ele ainda não é produzido em série e, para compensar esse fato, seu fabricante propõe terminar o desenvolvimento do avião junto com o Brasil. A proposta tem apelo para os militares, pois tornaria o país o 11º do mundo capaz de fabricar caças. A vantagem mais aparente do Super Hornet, que equipa os porta-aviões americanos, é ser um dos aviões de combate mais testados do planeta. Pesa contra ele até agora a negativa dos americanos de repassar ao Brasil o código-fonte do avião, o coração digital dos programas de computador que controlam a aeronave e suas armas. A decisão de entregá-lo depende do Congresso americano. O Rafale, da Dassault, é o mais caro. Cada unidade custa 80 milhões de dólares. Seu trunfo é justamente o fato de Paris entregar ao Brasil todos os segredos digitais do avião."
Há ainda um outro problema com relação ao tratado militar assinado entre França e Brasil. Segundo especialistas toda a tecnologia repassada para a fabricação dos Submarinos é ultrapassada. Os quatro submarinos convencionais Scorpène (€ 415 milhões cada), não são usados nem pela marinha francesa.
Infelizmente a escolha não depende do Senado Federal, depende apenas das duas maiores mulas do governo: o presidente Lula e do ministro Nelson Jobim, da Defesa. Os dois se inclinam pelo Rafale.
Lula parece desconhecer o ditado latino: "se queres paz, prepara-te para a guerra"